Eis um conto do meu grande amigo Rodrigo Araujo. A inspiração para a obra foi um de seus personagens do RPG Vampiro: A Mascara. É o conto introdutório para uma saga maior!
Além do Conto, tem também um pequeno curta feito pela Dolce Libertá Filmes para concorrer no Festival do Minuto!
Vejam o vídeo no site do Festival do Minuto (clique na imagem abaixo) e leiam o Conto aqui mesmo no blog. Se quiserem avaliar e comentar o vídeo precisa fazer um cadastro, mas é rapidinho e pode ser feito pelo Face.
Boa leitura!
O som da carruagem ensurdece os animais da pequena porém densa floresta
Já se passa de 1 da manhã quando a carruagem encosta na frente do grande casarão abandonado da falecida família Gomes de Menezes.
-Sr. Príncipe chegamos, (Avisa o vassalo).
Saindo das sombras no canto direito de sua carruagem um homem aparentando não mais que 23 anos de idade.. cabelos negros como a noite e olhos vibrantes e de um azul cintilante, sorri.
-Já não era sem tempo, maldita viagem. Odeio esse cheiro de cavalos suados.
O príncipe desce e fita demoradamente o grande casarão que agora após 1 século e meio de toda a matança voltaria a ser habitado.
Luzes de uma lamparina pequena porém potente iluminam a frente da casa, onde uma Senhora de não mais que seus 65 anos os aguardam.
-Sr. Príncipe (diz ela com a voz embargada de emoção), é uma honra a todos da nossa humilde cidade recebe – lo.
Siga me, irei lhe mostrar seus aposentos.
O Príncipe a segue vislumbrando a fachada do grande casarão, nada mais nada menos que madeira maciça em todos os cantos entalhados com figuras de santos e anjos da igreja apostólica.
Ao adentrar no grande salão que da acesso às escadarias e salas principais, o príncipe sorri, memórias de sua infância teimam em o atormentar.
Uma grande claraboia de vidros desenhados como as grandes e imponentes catedrais europeias.
O remetem a países de grande força política e religiosa no centro da grande Europa
-JONES. (Chama o Príncipe)
-Pois não Sr.
-Quero que amanhã no primeiro horário ao raiar do dia, que todos os vidros dessa grande claraboia sejam limpos… e muito bem limpos.
-Claro Sr. Príncipe.
Será feito tudo ao seu desejo.
O príncipe sorri e sobe as escadarias de madeira, seguindo a governanta de seu grande casarão.
Ao passar por meia dúzia de suítes, chega – se então ao fim do vasto corredor de carpetes, na última porta ao centro está os aposentos do Príncipe.
A governanta acende uma dúzia de castiçais e da espaço para que o Sr. Príncipe veja com os próprios olhos seus aposentos.
Ao centro do aposento espelhado está um lindo e belo piano de cauda negro.
Violinos e belos cellos completam a imagem cultural de um homem apaixonado pela música clássica, ainda nos aposentos encontram se 2 cadeiras de mogno acolchoadas, 1 porta na parede da esquerda onde encontra-se um closet; ao lado oposto um pequeno banheiro.
Na parede a frente da porta de entrada existe uma outra porta trancada e de madeira pesada.
-Sr. Príncipe. (diz a Governanta. )
-Espero que tudo esteja a seu gosto e desejo, caso exista alguma necessidade extra por gentileza nos comunique que será providenciado com urgência.
-Esta tudo ao meu contento D. Amália.
-Se me derem licença preciso me acomodar.
-Claro Sr. Príncipe (Responde em prontidão D Amália).
-Venha Jones, vamos também nos recolher, chama ela.
Ao ouvir o fechar das portas pesadas o Príncipe finalmente olha aos espelhos de seus aposentos e percebe o quanto estava distante de sua terra natal.
Distante o bastante em uma viagem que para muitos seria loucura, sair da Romênia em busca de um novo mundo, um mundo maluco, de ladrões e bandidos erradicados numa terra sem poder e sem riquezas.
O Príncipe olha no espelho e retira lentamente seu paletó e suas vestes, deixando seu tórax forte e nu, mostrar as cicatrizes q em outros tempo lhe trariam angústias e sofrimentos, mais que hoje o tornam ainda mais forte e temido.
-Finalmente posso ser eu mesmo e não mais essa máscara de bom homem da corte.
O príncipe se aproxima de seu closet, lá dentro, 4 portas de carvalho rígido.
De dentro da primeira delas estão vestimentas rudimentares, o mesmo as apanha e veste se.
Na segunda porta pega um cálice dourado e uma bolsa de líquido vermelho vivo, tão intenso e denso que demora a ser despejado no cálice.
Eis que naquele momento se olha no espelho e agora sim o Verdadeiro Príncipe da noite se revela a pequena e pacata cidade de Santo Antônio Hills.
-Finalmente chego para assumir meu trono, e tornar essa região a mais temida de todos os continentes.