PROLOGO: Conversa de Estalagem
CAPÍTULO 1: Heróis Improváveis.
CAPÍTULO 2: Capitão Harub!
CAPÍTULO 3: A partida do Porto!
CAPÍTULO 4: Luta ou dança?
CAPÍTULO 5: O ataque dos Kobolds!
CAPÍTULO 6: A entrada para o Quadrilátero da Névoa!
O Capitão Harub se aproxima do mastro danificado. Ao cruzar
o deck, os marujos se afastam
respeitosamente. Ele toca no mastro como se tocasse um companheiro gravemente
ferido:
-Velho amigo, não
teremos mais como voltar, não é? Essa é
mesmo uma despedida. -seu rosto muda de feição,
agora muito agressivo, Harub grita:
-RECOLHER VELA PRINCIPAL E ABATER O MASTRO! JOGUEM - NO NA
ÁGUA E PREPAREM-PARA ENTRAR NO QUADRILÁTERO! SIM SENHORES, O ENTERRO DO AVANTE
SERÁ LÁ!
-E enquanto a vocês,
os espero em minha cabine daqui a pouco. - e Harub se retira.
Cada herói foi ajudar no que pode: Karim subiu no mastro que
pendia inclinado e retirou as velas. Smash e Renk ajudaram a tombar e derrubar
a maior parte do mastro no mar, que ficou para trás com um funesto marco da
batalha. Luna começou a curar e animar os feridos, que pareciam mais
preocupados com a saúde do Avante do que a deles mesmos. Eram marujos
acostumados com a lida no mar, mas a imagem do mastro principal de uma
embarcação jogado a deriva mexe com a vontade de qualquer um.
As palavras do Capitão Harub soavam nas mentes dos heróis:
Seria suicídio entrar no tal Quadrilátero nessas condições? Teriam alguma
chance de chegar a ilha Kroa e buscar o balsamo para a maldição de Tamis?
-O capitão irá vê-los agora - Um marujo anuncia. Todos os heróis
se encaminham a cabine do capitão.
A cabine era bem aparamentada. Cheia de mapas dos mais
variados locais, um grande globo, quase incompleto, indicando o quanto do Mundo
era inexplorado e pleno de aventuras; em uma mesa ao fundo estava o capitão com
os olhos fixos nos heróis. Assim que a porta fechou, o capitão levanta e despeja
sobre os heróis:
-POIS MUITO BEM! KOBOLDS! FOMOS QUASE MORTOS POR MALDITOS
KOBOLDS! QUE DROGA DE SEGURANÇA FOI AQUELA!?! Vocês ficaram saltando de um lado
para o outro enquanto um bando de Kobolds conjurados nos atacavam! Não
repararam a amurada mágica? Estava Azulada! Isso indica que os bichos malditos
ESTAVAM CONTROLADOS!!!
Fazia sentido. O elfo do mar poderia ter lançado uma magia
de controle de monstros sobre os Kobolds. Apesar de maus, Kobolds não são
caóticos, por isso Renk não sentia suas intenções, se ficassem atentos,
poderiam ter percebido. Renk e Smash se amarguram em silencio a falta de tato.
Como homens de armas, deveriam ter percebido! Capitão Harub volta a carga:
-Agora Edgard deve nos alcançar. Na ENTRADA do Quadrilátero.
Ele é bem mais perigoso que esses Kobolds. Seremos abordados e, se não formos
mais combativos, morreremos. Não sei quanto a vocês, mas esse não é o meu
desejo. Os canhões do Avante vão rugir sobre Edgard, e ele terá de mim e meus homens uma batalha
inesquecível. Não pretendo morrer aqui.Tenho assuntos no Quadrilátero e vocês
também. Preparem-se! Armem-se! Defendam o Avante porque ele é o seu chão agora,
seu solo firme, seu mundo! Já falharam com ele uma vez e ele sobre com isso!
Não traiam o chão que vocês pisam!
Os heróis saem da cabine cabisbaixos. Entendem agora a
importância do velho barco ao velho capitão. É como se fosse um amigo, um irmão
de armas.
Smash toma a inciativa e se coloca para trabalhar:
-Bem pessoal, vou
checar o barco, ver se existe algum lugar se os inimigos podem entrar, checar a
possível área q teremos para batalhar, verificar possíveis locais para atacarmos
a distância é coisas do tipo! – O meio-elfo transita pelo Avante de modo atento.
Tirando a amurada, os inimigos poderiam pular do mastro do
navio deles para os mastros restantes do Avante. Se os inimigos forem ousados,
virão por uma lateral e por cima
Os canhões estão em perfeito estado. Os marujos se gabam que
poderão dar ao Toninha de Edgard uma salva dolorosa antes de qualquer combate corpo a corpo.
Smash começa a tirar pregos das tabuas do convés superior
para que fiquem frouxas e prendam os pés dos inimigos na entrada. Também
ajustou os cordames do mastro, onde algum sujeito mais ousado poderia tentar
alcançar. Nesse caso, seria preciso subir rápido, pelas cordas. Algumas
roldanas e um contrapeso resolvem rápido o problema.
Luna tenta trabalhar a auto estima da tripulação, com apoio
aos marujos. Faz primeiros socorros. Eles recusam suas magias de cura.
- Guarde-as para o combate que virá, moça. Edgard é um
pirata terrível! – disse um imediato.
- O que ele tem a ver com o Capitão Harub? Ele não parece o
tipo que se envolve com pirataria. – Luna indaga.
- E não se envolve mesmo! Não conhecemos homem mais honrado!
– responde de pronto o homem-do-mar. – O problema entre os dois é mais profundo
que esse mar onde navegamos, eu lhe garanto! Não o questione nesse momento, por
favor.
Luna olha para Harub, que guia seu barco com cuidado. Queria
ajuda-lo, mas aparentemente a ferida que afligia o Capitão naquele momento não
era física.
Karim se debruça na amurada e enta sentir energia aos
arredores. Pelo menos nada de elfos do mar nas redondezas...
Súbito, ela sente algo a frente. Algo grande. Ela fecha os
olhos e se concentra, expandindo seus sentidos para além do corpo físico e
sente o Reiatsu, a energia espiritual. Quilômetros a frente, uma massa de Reiatsu parecia se delinear. Por
um instante, até pensou se tratar de um Hollow, uma criatura de seu Plano
nativo. Mas era na verdade uma massa de almas, muitas delas, só que muito
juntas, tentando se manter na superfície da água!
- T-tantos mortos... o que aconteceu aqui?? – Indaga
impressionada.
- Ora, você consegue vê-los? – Indagou o Capitão Harub, que
surge ao seu lado – Vê os mortos da entrada do Quadrilátero? Se mais pessoas
fossem como você, menos marujos teríamos...
É impressionante. Os espiritos faziam movimentos de quando
estavam vivos. Mexiam em partes de navios inexistentes, nadavam, choravam e se
desesperavam. Seria necessário um exercito de shinigamis e anos de trabalho
para levar todas aquelas almas para o descanso eterno!
Renk surge no deck principal, agora com armadura completa.
Em seu olhar, uma ferocidade que os demais heróis não conheciam ainda. Estava
pronto para a desforra, ansiava pelo combate. Porém não era precipitado. Ser um
guerreiro não quer dizer se jogar as cegas na luta, mas ser vitorioso em
combate, a todo custo. Era hora de usar tudo que aprendera para guiar a próxima
batalha e, principalmente, pegar a cabeça de um certo elfo-do-mar.
O meio-elfo caminha pelo convés olhando as armadilhas improvisadas
pelos companheiros.
- Uma pena não estarmos em terra firme. Poderíamos montar um fosso de
estacas... ou barreiras de óleo. Mas o mastro partido me deu uma ideia... –
Utilizando a mão de obra dos marujos, roldanas e cordas suspendem um pedaço do
mastro que foi deixado para servir de matéria prima para reparos.
Afunilando a
ponta com uma machadinha improvisada criaram uma enorme lança que balançava da
proa para a popa, um ariete. Assim que a nau de Edgard entrasse no alcance, a
grande lança perfuraria casco, velas e tudo mais que achasse no caminho. Desabilitar
o transporte inimigo seria o primeiro passo.
- Cara, senti firmeza agora! – Smash aparece sem camisa,
suado, batendo nos ombros do colega – Isso vai dar um susto caprichado no tal
Edgard!
- Espero que sim. Vai chamar muita atenção por estar no meio
do barco, então vamos colocar a vela do antigo mastro principal sobre ela... –
Renk para a explicação didática quando percebe a expressão brincalhona de
Smash.
- Que cara é essa?? – Renk reclama, mal-humorado.
-Você tá me lembrando quando estávamos no treinamento do
templo da Guerra! – Todo estratégico no começo, mas na hora da batalha... –
Smash aponta para a espada do amigo – Você cai na briga sem pensar muito!
-Porque na maioria das vezes podíamos contar com a assistência
de guerreiros mais experientes! Desta vez, NÓS somos os mais preparados!
Precisaremos, além de planejar cuidadosamente...
-Estar na linha de frente? – Completa Smash, em tom jocoso –
Até aí, nenhuma diferença!
Os dois guerreiros riem. As lembranças da dureza do
treinamento são repletas de momentos de companheirismo e lealdade a seus princípios
guerreiros.
Os preparativos para a batalha estavam prontos. A lança
improvisada estava camuflada de mastro quebrado. Os alçapões no convés. Os
marujos armados e prontos. Só faltava mesmo o adversário.
O Sol estava prestes a se por quando o Avante chega na
entrada do Quadrilátero da Névoa.
Uma parede de nuvens cobria toda a linha do horizonte. É como
se uma muralha cinzenta delimitasse o fim do mundo. Além daquelas brumas,
estava o objetivo dos heróis. A medida que se aproximam, o barco acelera, como
se puxado por uma forte correnteza. O vento começa a empurrar o Avante com mais
força, como se um poder sobrenatural sugasse tudo ao seu redor em direção
aquela região misteriosa
-Caramba! – Smash olha sobre a amurada – Isso é normal??
-NORMAL EU NÃO SEI! MAS SEMPRE É ASSIM NA ENTRADA!!! –
Capitão Harub grita enquanto tenta manobrar o Avante em uma linha reta.
Eis que surge logo atrás do Avante outra embarcação. Renk
sente a intenção assassina no barco inimigo. Adversários poderosos se
encontravam ali.
- EMBARCAÇÃO VINDO PELA POPA! É O TONINHA! – A voz de Harub
torna-se trovejante, imponente – POSIÇÕES DE BATALHA!! VOU COLOCAR O
MALDITO NO NOSSO ESTIBORDO!– Os marujos
reagem imediatamente, se alinhando aos canhões e junto com os heróis.
Luna fica ao lado do Capitão. Daquele ponto, poderia entoar
seus cânticos de cura e ter uma visão estratégica do combate, servindo de
suporte para todos, minimizando os danos.
Smash e vários marujos se encolhem atrás da murada a
estibordo. Um ataque surpresa daquele ponto seria algo devastador para o
inimigo.
-Vamos lá, Capicão! Coloca os bandidos na nossa mira! –
Pensa Smash esperançoso.
Renk se aproxima dos marujos que ficaram encarregados da
lança.
- VOCÊS TRÊS! – Renk aponta para os homens do mar –CUIDEM
DISSO COMO SE SUAS VIDAS DEPENDESSEM DESSA LANÇA! E DEPENDEM MESMO!
O meio-elfo caminha resoluto para o centro do convés com um
grupo de marujos.
-Renk-san, irei com o senhor na linha de frente. – Karim
surge ao seu lado após um salto ágil.
-Não quero conhecer o seu mundo tão cedo, shinigami. Nos
empreste sua força!
- HAI! – A shinigami saca sua katana e fixa seu olhar no mar,
determinada.
Capitão Harub grita mais uma vez.
-Estamos quase no alcance dos canhões do Toninha! Temos que
manter o Avante no curso A TODO CUSTO,
ENTENDERAM?
Todos gritam e agitam suas armas. A batalha é eminente.
É o momento de pagar pelo fracasso anterior.
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