CAPÍTULO 1: Heróis Improváveis.
CAPÍTULO 2: Capitão Harub!
CAPÍTULO 3: A partida do Porto!
CAPÍTULO 4: Luta ou dança?
CAPÍTULO 5: O ataque dos Kobolds!
CAPÍTULO 6: A entrada para o Quadrilátero da Névoa!
CAPÍTULO 7: Duelo em alto-mar! Harub vs Edgard!
CAPÍTULO 8: Espólios
CAPÍTULO 9: O segredo do Capitão Harub
CAPÍTULO 10: Explorações e descobertas
CAPÍTULO 11: Combate na vila élfica!
CAPÍTULO 12: Novos companheiros, novas jornadas.
CAPÍTULO 13: A Fortaleza Flutuante
A montanha se mostrou um obstáculo razoável, mas não pela sua parte Sul. Smash escalou as pedras com precisão e cuidado. Quando encontrou o ponto que Karim indicou, percebeu a dimensão dos problemas.
O castelo flutuante estava a no fundo do vale, a sua frente.
-É grande. Deve caber mais de cem criaturas tranquilo... e o
pior e que está flutuando bem alto, mais de vinte metros. Eles devem ter
montarias aladas ou cordas para entrar. Vamos mais perto.
Ele desceu a encosta. Se estivesse sem a capa e as botas
élficas, seria uma presa fácil. O equipamento realmente parecia encantado.
Pequenos lagartos e aves só percebiam o meio-elfo quando este estava prestes a
toca-los!
-Vou agradecer a princesinha elfa depois, da-lhe artesanato
élfico! – Pensou o furtivo guerreiro.
Smash chegou a quase dois kilomentros da estrutura. Agora
via com detalhes a movimentação abaixo. Ele sacou uma luneta que “emprestou” do
Capitão Harub:
-Nossa! Estão desmatando tudo abaixo do castelo. Devem
precisar de combustível ou reparos. Ah, tem uns andaimes na muralha, devem
estar reparando. A estrutura parece antiga... o que?
O meio-elfo vê vários humanoides trabalhando. A anões presos por uma única corrente. Estão
cortando e arrancando galhos de arvores. Mais abaixo da muralha, outra dezena
deles aplainam a madeira e fazem tabuas. Orcs se espalham pelo local, dezenas e
dezenas indivíduos.
É quando ele os vê.
Saindo de uma cabana, surgem quatro elfos negros. Seus
cabelos brancos e pele roxa eram inconfundíveis. Eles pareciam incomodados com
a luz solar e colocam capuzes. Vistoriam o trabalho dos escravos.
-N-Não pode ser! – Smash esfrega os olhos quando percebe
quem também sai da cabana.
Orunas, o tenente Ogro!
Estava completamente vivo! Não tinha sinais de combate, mas
seguia os elfos de modo submisso. Provavelmente era subordinado das maléficas
criaturas.
O Ogro saca uma corneta e a toca ao comando dos elfos.
Varios orcs se reúnem enfileirados a frente dos vilões. Começam a mostrar armas
e posições de batalha para seus mestres.
-Inspeção de tropa! Estão se preparando para partir! Devem
ir a caça do nosso acampamento!
A fileira começou a se mover. Correiam para o norte.
-Eles devem tentar dar a volta nas montanhas pelo norte, até
a vila élfica queimada, e nos rastrear de lá. – Smash relembra o tempo que
passou na área de combate antes de se reunir aos colegas, apagando os rastros
da retirada do grupo – Conseguimos fazer vários distratores, mas tudo isso me
incomoda...
De repente, uma muralha do castelo explodiu.
-Por Nimb! – Smash exclama assombrado quando ve a parede de
pedra despedaçando.
Todo o castelo se inclinou.
Pedras caiam, escravos despencavam caucinados. Uma voz de trovão irrompeu por
todo o vale e montanhas próximas.
-ZANZER! SAIA DESSA CONCHA VELHA E ME ENFRENTE!!
O som quase derrubou Smash desfiladeiro abaixo. Uma sensação
gélida percorreu sua espinha e ativou seus instintos mais primitivos de fuga.
Era como se um predador o espreitasse.
-E-Essa sensação...é....um Dragão! – Smash se escondeu
melhor. Sabia o que vinha a seguir.
A fera cruzou o ceu. Suas escamas verdes brilhavam
cintilantes. Era imenso, quase trinta metros. Um dragão grande ancião, o maior
representante de sua espécie. Mal era possível olhar para ele. Smash tremia
como um rato cercado por serpentes. A aura de pânico do monstro era tão potente
que vários escravos e orcs morreram com o susto.
Uma voz saiu do castelo. Era sóbria e convicta:
-POIS MUITO BEM FERA! POUPOU-ME O TRABALHO DE CAÇA-LO EM SEU
COVIL! JÁ SEI COMO FUNCIONA SEU TRUQUE, ENTÃO LHE DAREI UM POUCO DO PODER QUE A
FORTALEZA TEM A OFERECER!
Do topo da torre surgiu uma luz azulada. Ela se concentrou e
o ar se encheu a sua volta se encheu de raios.
Um feixe de energia negra cruza o céu e acertou o dragão em
cheio. O impacto desloca o ar criando um estrondoso trovão. A onda de choque
arremessou o dragão longe, do outro lado da cordilheira, a dezenas quilômetros.
Os orcs, elfos negros e o Ogro vibravam de alegria pela vitória.
Smash estava atordoado. Nunca vira uma demonstração de poder
arcano tão apavorante.
-Calma, calma... – Smash dava tapinhas no rosto, para
recobrar a atenção – Sempre tem um ponto fraco... Esse tipo de cara SEMPRE tem
um ponto fraco. É o que papai diria.
Súbito, a fortaleza começou a descer, inclinada. Smash
percebeu que o lado inclinado era onde estavam os andaimes de reparos.
-Aquele ponto não flutua legal? O tiro pode ter esgotado a
capacidade de flutuação. – Concluiu o meio-elfo.
Vários escravos são destacados para subir em cordas em
direção ao castelo. Um ciclo de reparos e torturas recomeça.
-Alí deve ser a entrada mais viável. Poderia ir por ali
direto para o pátio interno...-Smash interrompeu o pensamento e olhou para a
montanha. Renk a essa altura já devia ter encontrado o covil do Dragão! E o
balsamo? E a troca de vidas?
-Lascou-se! Ou o Renk encontra o covil vazio e não dá em
nada ou acha um dragão ferido e mal-humorado! – O meio-elfo se levantou e
correu. Era preciso chegar nos companheiros antes dos regimentos orcs ou do
dragão.
-Para descer até Nimb ajuda! – Smash saltou mais um trecho
da montanha. Era risco de queda, mas pelo menos dali não seria mais avistado
pelos comparsas de Zanzer.
-O ataque do Dragão atrasou toda a operação do sujeito,
agora era preciso reunir o pessoal e partir, ou para o ataque, ou para a defesa
da nossa base – Smash ponderava enquanto pulava de pedra em pedra, descendo a
encosta ingrime. A floresta densa se aproximava cada vez mais.
Mais um salto, quase dez metros. Ao cair, Smash segurou nos
galhos da copa de uma arvore logo abaixo. Apesar da velocidade, parecia que as
plantas reagiam ao toque do meio-elfo com silencio.
-Essas roupas élficas são MESMO magicas! Assim ninguém vai
me detectar tão cedo...
De repente, como que por encanto, um pedaço da armadura de
couro rasgou. Um corte profundo se formou e o sangue começou a correr.
Por instinto, Smash mudou de direção e saltou novamente.
Sentiu sobre a cabeça um movimento rápido e preciso. Um pedaço da touca da capa
rasgou com a flecha endereçada a sua cabeça.
- Oh... veja isso, irmã. Ele esquivou! – Uma figura feminina
apareceu de tras de uma arvore, segurando dois sabres.
- Quem diria... olhe! Não é um elfo puro! É um mestiço! Essa
ilha é cheia de surpresas. – uma outra desceu de um galho a poucos metros de
Smash.
-Sou Krisna. Aquela é minha irmã Kali. E você é um meio-elfo
morto. Não vai mais bisbilhotar a fortaleza do mestre Zanzer!
As duas elfas negras, usando armaduras de couro negras se
aproximavam confiantes. Seus olhos brancos, sem pupilas, contrastavam com sua
pele arroxeada. Seus cabelos brancos estavam amarrados em rabos-de-cavalo.
-Pensou que não perceberíamos? Não notaríamos sua presença?
Smash vasculhou rapidamente onde falhou. Se escondera tão
bem... conseguia visualizar toda a fortaleza com a luneta...
-Droga, o brilho do vidro da luneta! Que vacilo....
Smash colocou a mão no ferimento e fez uma expressão de dor.
O corte não era profundo, mas parecia. Poderia surpreende-las, fingindo que
estava ferido demais e tentar fugir. Ou combate-las e tirar mais preciosas
informações.
-Aff... que enrascada me meti... – Conclui para si mesmo.
***
Os heróis avançavam pela floresta. Com Caliel à frente, o
caminho tornou-se mais fácil, um bom trecho foi vencido sem problemas.
-A partir daqui é território do dragão. Minha comunidade não
se aventurava por aqui. – Apontou a elfa da floresta.
-Então é hora de desbravarmos! – Capitão Harub tomou a dianteira.
-Quanta empolgação Harub! O que deu em você? O ar da
floresta fez brotar um aventureiro ai? – Renk o ajudou a cortar a mata para
passarem.
-Não, mestre meio-elfo. Somente estou ansioso em encontrar o
local do descanso final de minha mãe. Foi no covil da criatura que ela pereceu
para me salvar. Fui trazido a praia pelo próprio dragão! Mas agora posso dar um
funeral descente a ela!
O canita avançou mais vigorosamente. Naquele momento, Renk
admirou a longa vida de lutas e perseverança daquele homem.
-Já vejo a base da montanha! – Karim acenou do topo de uma
arvore.
-Estranho. A força vital do dragão já seria perceptível
daqui! – Luna fechou os olhos e se concentrou para aumentar a amplitude de sua
percepção. – Talvez a força vital da floresta esteja interferindo. Se for, é
uma excelente camuflagem.
-Se ele nos ameaçar, sentirei de imediato. Veja, a mata está
menos espessa. – Renk avançou até uma clareira. Harub logo atrás.
-Chegamos. É aqui com toda a certeza! – Harub observava a
frente com olhar determinado. A entrada da caverna era imensa. Uma bocarra na
montanha. Samambaias cresciam ao redor, não havia sinal de ameaça.
-Vamos entrar! Preparem-se! – Renk tirou os equipamentos da
mochila com uma estranha alegria.
Lugares como aqueles eram um convite para qualquer
aventureiro.
– Hora de se arrastar em cavernas!