A um tempo atrás, eu e a Professora Renata jogamos uma partida amistosa de Star Wars RPG, para que ela conhecesse o sistema de regras. Decidimos que seria um duelo entre um Cavaleiro Jedi e uma Darth Sith!
A partida foi tão interessante que gerou esse conto. Espero que gostem. Você pode le-lo aqui na postagem ou acessa-lo pelo link do Wattpad, também abaixo. Boa leitura =D
Link do Wattpad: CLIQUE AQUI
Duelo
As estrelas param de passar a velocidade da luz e se alinham
novamente. Darth Guima chega a seu destino. Ela observa o planeta Eadu, um
planeta usado pela antiga Republica como base de operações próxima à fronteira
com a borda exterior. Hoje, ele é propriedade do Império. Hoje, ele é um dos
locais usados para os experimentos com as novas armas do Império.
E também um inesperado campo de caça para a Sith Darth Guima.
Desde que a Inquisição Jedi teve início com a morte de toda
a Academia Jedi na Capital e a ascenção do Imperador Palpatine, Darth Guima tem
caçado impiedosamente os dissidentes Jedi. Vários caíram sob os golpes precisos
de seus sabres. Mas um tem sido especialmente difícil de agarrar.
O comunicador de sua nave ativa. A silhueta azulada de um
stormtrooper aparece no painel de controle.
-Lady Guima, detectamos sua presença na orbita de Eadu.
Precisa reabastecer ou...
-Quem diria... bem embaixo de nossos narizes... – A guerreira
interrompe o subalterno, ao sentir a suave perturbação na Força emanando do
planeta – O rato traiçoeiro veio direto para um planeta sob nosso controle, na
esperança de que não o encontrássemos. Avise Lorde Palpatine que em breve
trarei a cabeça de Haguen Robva e a localização de Obi-Wan Kenobi!
Em um rochedo, sentado tranquilamente, Haguen Robva observa
as estrelas. Apesar do frio, suas roupas praticas e seu manto eram sua única
proteção. Desde os tempos da Academia Jedi ouvia de seus colegas que sua
resistência ao frio era admirável.
-Ei, R4! Saia dessa caverna e venha ver o céu!
O Droid cilíndrico, com rodas emborrachadas, sai apitando da
pequena caverna que serve de refúgio e moradia para a dupla. Ele traz uma lata
com um liquido espesso e fumegante presa em sua garra mecânica.
-Frio? Você deve estar com os sensores térmicos com defeito!
Quando fizer 5 graus, falaremos sobre frio! – O Jedi pega a lata e pisca para o
droid – Valeu amigão.
Subitamente Haguen sente algo. Era como se alguém o
observasse. Um predador.
Olhando de cima.
Das estrelas.
-Epa... – O Jedi começa a beber sua sopa – Parece que
teremos visitas, R4.
Darth Guima anda pelas ruas da cidade mineradora de Turnath
com uma expressão sombria. Aquela aglomeração, o cheiro de produtos químicos
misturado com o suor dos trabalhadores das mais variadas raças da galáxia,
trazidos ali por sua tola ganancia e presos pela força da escravidão. Tudo ali
a desagradava. Para a Sith, o ambiente fedia a covardia. O medo do chicote e da
morte emanava dos servos do Império. Lembrou de sua infância, quando fora
vendida como escrava para trabalhar em uma cidade praticamente idêntica a essa.
O medo de morrer permeou aquela existência. Foram anos de
trabalhos forçados para apenas, no fim de um dia de trabalho, receber uma
porção minúscula de comida. Esta era roubada pelos outros escravos mais fortes.
Toda noite, dormia com fome.
Até que a fome superou o medo.
Então a fome se transformou em ódio.
E o ódio a transformou.
Quando tentaram roubar sua comida, seus olhos brilharam.
Suas mãos brilharam. Relâmpagos de ódio e frustração calcinaram seus inimigos.
Em poucos dias, a Ordem dos Sith a encontrou. Eles ajudaram
Darth Guima a canalizar seu ódio para a falsidade do Lado Luminoso. Ela era
agora uma ferramenta do Império. Uma Inquisidora dos Jedi.
Ao sair pelos portões da cidade, a Sith vislumbra um deserto
rochoso. Durante centenas de anos, a região fora usada para exploração mineral,
portanto a área era um labirinto de tuneis, vales e desfiladeiros.
Darth Guima fecha seus olhos. Ainda era possível sentir as
emanações da Força vindas de um desfiladeiro, a alguns quilômetros dali.
-Você não quer mais se esconder, não é? – a guerreira fecha
os punhos cheia de raiva - Que a caçada comece!
***
Sob o topo de um desfiladeiro, Haguen observa o horizonte,
pensativo. A Força emanada pela Sith podia ser sentida facilmente. O droid do
Jedi se aproxima e solta um chiado.
-Você está muito negativo, R4. Vai tudo acabar bem. – O Jedi
coloca a mão sobre a cabeça do amigo.
O robô chacoalha e apita. Enquanto acaricia seu companheiro
mecânico, Haguen sente uma perturbação na Força.
O desejo assassino de Darth Guima o alcança.
-É realmente um Sith. Farei o possível para ficar inteiro.
Enquanto a você, vá para a caverna. – Haguen vê uma silhueta se movendo a uma
centena de metros de distância – A coisa vai esquentar por aqui.
A presença de Darth Guima é assustadora. O manto negro
parecia extinguir a luz a seu redor. Em suas mãos, os cabos de seus sabres de
Luz. Os olhos amarelados fixos em seu alvo.
Haguen salta agilmente e desce até a entrada do desfiladeiro.
Recepcionaria a visitante no mesmo nível. Sacou o sabre de luz e disse:
-Bom dia! Posso ajuda-la em algo?
A piada fez Darth Guima tremer de raiva. Estava prestes a
descarregar seu ódio sobre aquela figura patética.
-Você poderia parar de fugir. E, se entregar a localização
de Obi-Wan Kenobi, prometo que te mato rápido.
-Mestre Obi-Wan está ocupado no momento, gostaria de deixar
um recadinho?
-O SEU CORPO MORTO VAI SER O RECADO! – a Sith liga os dois
sabres, que brilham em vermelho e avança sobre o Jedi.
Haguen mal teve tempo de ligar o seu próprio sabre e aparar
o ataque furioso da Sith. O brilho verde de sua arma se chocou com a sequencia
mortal de ataques, empurrando o Jedi para traz.
-Rápida você! Vejamos como lida com isso! – Haguen apara
outro golpe e recua para dentro do desfiladeiro.
-NÃO VAI MAIS FUGIR! – A Sith joga um dos sabres ligado na
direção do Jedi, que instintivamente repele o ataque com sua arma.
Porém, percebe que seus pés não tocam mais o chão.
-Ai... droga.
A Sith jogou o sabre como distração, para que seus poderes
telecinéticos não fossem bloqueados. Agora tinha o Jedi flutuando indefeso.
Ela o joga com toda a força contra uma das paredes do
penhasco. Pedaços de rocha se descolam com o impacto. Darth Guima aponta para a
sua arma caída, que retorna as suas mãos.
-Poxa vida moça... você não dá tempo para a gente resp... –
Antes do Jedi terminar a bravata, Darth Guima já estava sobre ele, golpeando
com os dois sabres de luz.
Em um movimento de sobrenatural velocidade, Haguen se
esquiva e fica de pé a alguns metros de distancia. O Jedi começa a murmurar
algo. Darth Guima comenta com desdém.
-Esse truque da velocidade Jedi tem um preço. Você não vai
conseguir mantê-lo por muito tempo. Já usou duas vezes. Já eu... – Ela deixa o
sabre esquerdo cair e ergue a mão em direção ao Jedi – Tenho poder ilimitado!
Porém, ao direcionar sua Força em direção do inimigo, Darth
Guima não vê mais o Jedi. Ele simplesmente desapareceu bem na sua frente.
-MALDITO! VAI FUGIR DE NOVO, NÃO É?? – O ódio de Guima
transbordada. Seus gritos reverberam nas paredes do desfiladeiro.
-Não minha cara, chega de fugir. – O som da voz de Haguen
ecoava nos corredores rochosos, impedindo Darth Guima de localiza-lo – Hoje
terminamos isso. Escolhi a dedo esta arena. Não era você que me perseguia. Era
eu que a guiava para MINHA ARMADILHA!
Saindo das sombras, Haguen golpeia as costas da Sith. O
rasgo cauteriza na hora com o calor.
A Sith se vira e golpeia em uma velocidade absurda. Haguen
tem o peito rasgado pelo golpe. Se não tivesse dado um passo para traz
instintivamente, teria sido cortado no meio. Os olhos da Sith agora são de um
vermelho vivo. Não há resquício de qualquer piedade em seu olhar. O instinto
assassino se apoderou de Darth Guima.
O Jedi recua mais alguns passos e assume uma postura
defensiva. Aquela era a famosa aura de medo dos Siths. Se tentasse usar a Força
contra ela naquele momento, perderia a vida em um movimento.
Os dois sentem a gravidade dos ferimentos e cambaleiam. O
próximo golpe pode ser o último.
Darth Guima larga os dois sabres e aponta os braços em
direção ao Jedi.
-MORRA!!!! – De suas mãos saem relâmpagos azulados que
acertam em cheio Haguen. A energia o trespassa e o Jedi grita de dor. Os raios
iluminam as paredes do desfiladeiro.
Haguen sente mais que dor. Aqueles raios eram carregados de
ódio. Cheios de uma dor que não era apenas dele. Eram uma força sombria gerada
a partir do medo. Era como se, lá no fundo, quem estivesse com medo fosse a
própria Darth Guima.
O Jedi se levanta e corre, agora na direção da Sith. Os
raios rasgam sua túnica, mas ele continua avançando. Os raios queimam sua pele,
mas ele continua avançando. Os raios quebram seu sabre de luz, mas ele continua
avançando.
-PORQUE VOCÊ NÃO MORRE??? – Darth Guima ergue os braços para
concentrar mais seu poder e reduzir o Jedi a cinzas.
Nesse momento, Haguen avança com o último resquício da Força
que guardara.
O Jedi acerta um soco no rosto da Sith, com toda a sua
força. O impacto foi tamanho que Darth Guima é levantada do chão, para cair de
bruços na areia ainda quente do deserto.
-Os... Jedi são os protetores... da vida na Galáxia!! –
Haguen diz enquanto se aproxima da oponente enquanto ela desmaiava. – Hoje
consegui proteger duas vidas. A minha e a sua.
***
Darth Guima se levanta assustada. Estava dentro de uma gruta
estruturada para mineração. As imagens de sua infância retornam com toda a
força e ela coloca a mão na cintura, mas não encontra seus sabres de luz.
-Se está procurando seus sabres, usei as peças deles para
consertar o meu. – Haguen Robva comenta enquanto atiça o fogo de uma fogueira
no centro da gruta. Nela, um caldeirão de sopa ferve.
-Por que você não me matou? Sou uma Sith, sua inimiga
jurada. Não há sentido em me deixar viver.
– Darth Guima se senta no chão.
Estava cansada, enormemente cansada. Ter usado tanto da Força exauriu seu
corpo.
-Guardiões da vida na Galáxia, lembra? Além do mais, você
não é mais uma Sith.
-Como assim? Lord Palpatine me sagou Sith e uma Darth! Sou
uma Inquisidora!
-Bem, você falhou em me derrotar. E olha que não sou lá
grandes coisas como guerreiro – Haguen dá um sorriso sincero – Apesar de ter me
dado um belo estrago. Duvido que o seu querido imperador vai aceita-la de
volta. Ele é muito bom em detectar mentiras. Afinal, ele é o maior mentiroso
dessa Galáxia.
Guima sente seu coração apertar. Haguen tinha razão. O imperador
saberia daquele fracasso e a mataria sem hesitar. Estava acabada. Sua vida como
Inquisidora estava acabada. Sem esperanças, a guerreira abraça as próprias
pernas e chora.
-Mas, sempre há uma nova esperança. – Haguen pega um pouco
da sopa com uma concha e coloca em uma lata. – Não é verdade, R4?
O robô passa pelo Jedi e pega a lata, prontamente levando o
alimento até Guima.
Era a primeira vez que alguém dava comida para Guima. A
primeira vez que ela não precisava tomar para ter. O primeiro ato de piedade.
Um sorriso franco, o primeiro, surge em seu rosto.
Ela aceita a sopa.
Muito boa a historia. vai ter continuação?
ResponderExcluirQuem sabe =D
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