CAPÍTULO 1: Heróis Improváveis.
CAPÍTULO 2: Capitão Harub!
CAPÍTULO 3: A partida do Porto!
CAPÍTULO 4: Luta ou dança?
CAPÍTULO 5: O ataque dos Kobolds!
CAPÍTULO 6: A entrada para o Quadrilátero da Névoa!
CAPÍTULO 7: Duelo em alto-mar! Harub vs Edgard!
CAPÍTULO 8: Espólios
CAPÍTULO 9: O segredo do Capitão Harub
CAPÍTULO 10: Explorações e descobertas
CAPÍTULO 11: Combate na vila élfica!
CAPÍTULO 12: Novos companheiros, novas jornadas.
CAPÍTULO 13: A Fortaleza Flutuante
CAPÍTULO 14: Luta nas cavernas, Luta na floresta
CAPÍTULO 15: Entre Dragoas
Leia todos os capítulos publicados também no Wattpad clicando AQUI
Capítulo 16: Emeraldine
Os heróis seguem pela caverna. Atravessam o riacho e
observam o salão uma ultima vez.
-E as criaturas? Não vão nos atacar na volta? – Indaga
Caliel.
-Dificilmente. Já conhecem nosso cheio e não vão nos
considerar inimigos. – Renk afirma com voz grave.
-O que foi, grande guerreiro? – Luna cutuca as costelas do
meio-elfo, irônica – Preferia um combate até a morte?
-Eles não queriam mais lutar. Não existe dignidade nisso...
– Vamos em frente! E em silencio absoluto. Se o dragão estiver a frente, pode
nos perceber independente do cheiro. Eles tem uma
audição incrível. – Renk e
Harub ficam a frente e avançam.
O corredor da caverna se inclinava para cima, suavemente.
Por alguns minutos, a única luz era a das tochas.
-Queria um anão aqui agora para nos dar as direções, isso é
perigoso. Não acredito que minha mãe passou por aqui anos atrás. Como ela
passou pelos monstros?
-Talvez ela fosse uma pessoa muito feroz. – murmura Renk.
- Ou uma pacifista que evitou todos os conflitos. – ironizou
Luna.
- Acho que fico com sua opinião, sacerdotisa. – Harub sorri
e menea a cabeça – Logo saberei o que acontece...
A afirmação do canita é interromepida pelo aceno súbito de
Renk, para que todos parassem. Mais a frente, uma luz esverdeada brilhava
adiante.
Com cautela, os heróis se aproximaram e percebem que o
corredor a frente estava completamente cristalizado.
-Impressionante. A natureza desse mundo é incrível! –
Comenta Karin, ao tocar um dos cristais.
-Acho que não são cristais naturais, minha cara. – Renk
passa a mão sobre um dos cristais, tirando a poeira.
Revelando o rosto de um orc! Os cristais estavam repletos de
orcs! Congelados para sempre dentro dos cristais na posição em que morreram.
-Que tipo de monstro faria isso? – Luna tenta contar os
mortos, mas desiste.
-Do tipo que defende seus territórios. – A voz estrondosa
vibra o corredor, os heróis ficam em posição de ataque.
-Posso mata-los com meu sopro dessa distancia. Mas não é
minha intenção. Venham. Tenho algo a discutir com vocês.
-Será ele? Será o Dragão? – Harub olha atônito para Caliel.
-Não saberia dizer. Nunca nos comunicamos com ele. Somente
respeitamos seus territórios e ouvimos boatos dos outros habitantes da ilha.
-Vamos. Já fomos descobertos mesmo. – Renk avança pelo
corredor em direção ao desafio.
A caverna se abre para um imenso salão. O teto da caverna
estava a mais de metros de altura. Água
corrente escorregava por um buraco no topo, formando lagos e cachoeiras.
-Nesses últimos tempos tenho recebido muitas visitas. – a
agua de um dos lagos começa a transbordar – Mas acredito que vocês tenham uma
intenção um tanto diferente dos últimos visitantes. Pois bem, vamos começar
então!
De dentro do lago, asas poderosas surgem. O torso imenso sai
revelando a gigantesca criatura.
-EU SOU EMERALDINE. SOU O REI DESSA ILHA! DIGAM A QUE VIERAM
E, POR LENA, SE SUA TROCA FOR EQUIVALENTE, SEU DESEJO SERÁ ATENDIDO.
-LENA??? – Renk observa a criatura assombrada – Como pode
ser devoto de Lena no meio desse cemitério!?!
-Cemitério é um termo forte, guerreiro. – Emeraldine mostra
os dentes – Tenha mais respeito.
-Eu cuido disso. – Luna levanta a voz – Nós viemos aqui para
resgatar uma pessoa que foi injustamente amaldiçoada. Precisamos saber o que
nós temos a lhe oferecer em troca do balsamo.
-Claro que vocês tem algo a me oferecer. A vida é a mais
valiosa das moedas. Desejam restaurar uma maldição? Então entreguem uma vida
que esta maldição poderá ser retirada. – O Dragão ergue as asas em postura
majestosa.
-Como você OUSA evocar Lena em seu nome, Dragão! A vida não
pode ser barganhada assim! – Luna se coloca a frente do grupo.
-Claro que a vida pode ser negociada! Vidas findadas sempre
podem ser restauradas, mas não sem o sacrifício feito por uma pessoa abnegada.
Muitos vieram aqui em busca de cura para enfermos terminais. Estes enfermos
saíram daqui salvos, os seus salvadores ficam aqui, mortos. A vida é finita.
Não concorda pequena?
-Mas findar uma vida em detrimento de outra é injusto! –
Luna está inconformada. Como Lena permitia tal coisa? Por que Lena concedia
tamanho poder a ele?
-Não quando se faz por amor, pequena. Veja o canita ao seu
lado. Eu me lembro dele. A mãe dele o salvou aqui mesmo, anos atrás.
-Você...pegou a vida de minha mãe! – Harub rosna para a
gigantesca criatura.
-Não peguei nada. Ela ME ENTREGOU a longa vida dela para
aumentar a SUA. Alguém morreria naquele dia. Ela decidiu que não seria você,
por amor. Veja. Ela estava serena até o fim.
O Dragão aponta para um canto da caverna, onde vários
cristais estão perfilados. Ali Harub vê sua mãe, encerrada em um grande cristal
esverdeado. O canita corre na direção de sua amada progenitora e se choca
contra a parede esverdeada. Sua mãe estava em pé, com as mãos juntas, em prece.
-Mamãe... eu fiz o melhor que pude da vida que me deu... eu
juro.... – Harub cai de joelhos perante o tumulo cristalino de sua mãe.
-Viu pequena? – Eu não encerro vidas. Eu somente as
reposiciono mediante a vontade das pessoas em salvar vidas. – A criatura mostra
os dentes, aparentemente sorrindo.
-Então traga minha vila de volta a vida, Dragão! – Caliel se
aproxima do monstro – Você pode levar minha vida!
-Não seja tola, pequena elfa. Sua energia vital não bastaria
para erguer mais que uma pessoa. Quanto mais uma vila inteira. Guarde sua vida
para si. Acredito que a negociação é com a pequena sacerdotisa. – O Dragão se
volta para Luna - Então? Como será? Vai retirar sua vida para salvar o seu
amaldiçoado amigo?
Luna dá um passo a frente. Sua vida era sagrada. Mas jurou
proteger a todos em primeiro lugar!
Talvez esse fosse seu destino. Ela avança
em direção ao Dragão e estende o braço.
Que é segurado por Renk.
-Um momento! Tem algo que não entendo aqui. – Renk se coloca
a frente de Luna – Eu encontrei um grupos de orcs que disse que voltavam a
vida? Eles não trabalham para você? – Renk lembrava-se das palavras de Orunas e
de sua confiança. Um dragão mentindo não era novidade, o monstro podia só estar
“brincando com a comida”. Mas os instintos de Renk não falhariam. Tinha
observado algo que poderia salva-los.
- Você está seriamente ferido, não é Emeraldine? Seu torso
imerso na água deve estar bem machucado para você não se levantar
completamente. Também lutamos contra eles. Acho que temos um inimigo comum para
adicionarmos na “barganha” – Renk olha para Luna, que ainda está atônita com a
situação. – Ele pode ser devoto de sua Deusa, mas não deve ter os mesmos
juramentos. Temos alguma chance antes de você se jogar a um sacrifício cego.
- Então você os encontrou... – rosna o Dragão – São orcs de um humano chamado Zanzer Ten.
Ele veio a minha ilha a algumas semanas e negociou a ressureição de um de seus
tenentes. Seu olhos eram, cobiçosos. Ele entendeu como o balsamo funcionava,
observando apenas uma vez. A poucas semanas ele retornou e atacou. Estava
interessado no meu tesouro e nos lutamos algumas vezes. Porém ele possuía uma
quantidade perigosa de servos elfos negros, que roubaram meus pertences e
algo... importante para mim.
-Ele roubou o que faz o balsamo funcionar, não é? – Conclui
Renk. A criatura levanta o pescoço, surpresa.
-Realmente, vocês pequenos são surpreendentes. Sim, ele me
roubou. Mas ainda posso usar o poder do balsamo uma vez, antes que finde...a
minha vida.
Todos ficam surpresos, o Dragão se levanta completamente,
revelando uma cicatriz horrenda, que cruzava seu peitoral.
-Apesar dessas águas serem curativas, me resta apenas algum
tempo. Eu...sempre amei essa ilha. Nela se encerram espécies tão variadas!
Elfos da floresta, antigos dinossauros, até mesmo minhas queridas dragoas, que
amansei lhes ofertando ovos de asas. Elas logo devem perceber a situação e
virão até mim.
-Emeraldine, lhe faço então uma proposta de barganha! – Renk
sobe em uma pedra e fica cara-a-cara com o monstro. – Se em seu coração pulsa a
piedade, faça uma ultima troca: Entregue SUA vida pelo balsamo e pelas vidas
dos caídos nessa guerra! E EU JURO, que Zanzer Ten receberá todo o peso de sua
VINGANÇA! Quem você salvará com o balsamo é o arauto da Vingança! Sou Renk de
Anthar, devoto do grande Deus da Guerra e meu pai é Tamis de Anthar, o Senhor
da Vingança Elfica!
Os olhos do Dragão brilham em um instante de excitação.
-Entendo...Você é de uma família de seres que possuem A
Centelha. Em toda minha existência, nunca ví um de seu tipo.
A criatura sai do lago e fica em pé sob as duas patas
traseiras. Sua cabeça quase toca o teto.
- POIS BEM RENK DE ANTHAR! ENTREGAREI MINHA VIDA A SUA
CAUSA! RECEBERÁ O ULTIMO BALSAMO PRODUZIDO NA ILHA KROA!
Luna estava estática. Algo em sua fé estava abalada.
A fonte onde o Dragão começa a brilhar.
-VEJA SACERDOTISA! A FORÇA VITAL SE ACUMULA NESSAS ÁGUAS!
NESTE LOCAL REPOUSAVA O CORPO DE MEU MESTRE MACASTRAEL, O MAIS PODEROSO
SACERDOTE DE LENA QUE CONHECI! SEU CORPO ERA TÃO PODEROSO QUE SERVIA DE
CATALIZADOR PARA AS TROCAS! POREM ESSAS ÁGUAS PODEM FAZE-LO UMA ULTIMA VEZ!!!!
O lago explode em luz, ofuscando a todos.
Quando a vista dos heróis melhora, o lago está repleto de
pequenos cristais. Emeraldine jaz caído ao lado.
-EMERALDINE!!! – Luna corre na direção do enorme dragão e
posta suas mãos no rosto da criatura, entonando um mantra de cura.
-Você... é insistente. – Os olhos do Dragão sorriem francamente
– Isso me lembra quando era um filhote e mestre Macastrael cuidava de minhas
feridas.
-Não morra! Não precisa ser assim. Não é uma morte natural,
não deve acontecer!!! – Luna chorava enquanto entonava as preces.
-O mundo não é como Lena deseja, pequena. Mas não desista de
torna-lo como nossa Deusa sonha. E enquanto a você, Renk de Anthar... –
Emeraldine olha para o meio-elfo – Faça valer seu juramento.
Os cristais são
suficientes para os elfos da vila, o maior e mais azulado é para seu pai. Só
precisa tocar-los com eles.
-Eu não falharei! – Renk entendia que eram os momentos
finais do monstro, não iria macula-lo com bajulação.
Súbito, varias criaturas aladas pousam dentro da caverna.
São humanoides reptilianos com asas de couro e armas primitivas. Entre elas
estava Smash!
-Caramba! Vocês venceram o dragão!!! Nem deu tempo de
ajudar...vacilei! – Comenta o meio-elfo enquanto todos o observavam atônitos!
As dragoas correm até o dragão, gritando e chorando.
-Minhas pequenas guerreiras. Vinguem seu senhor. Façam a
vingança.... junto com esses heróis....
-AGUENTE! POR LENA! AGUENTE!! – Luna esgotara todas as
magias de cura que tinha, só lhe
restava gritar.
-Sacerdotisa...o corpo de meu mestre...precisa...de.........paz..........
Os olhos gigantes da criatura perdem o brilho e
se fecham. Emeraldine, o dragão de Kroa, está morto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário