PROLOGO: Conversa de Taverna
CAPÍTULO 1: Heróis Improváveis.
CAPÍTULO 2: Capitão Harub!
CAPÍTULO 3: A PARTIDA DO PORTO
-Ei! Cuidado por onde anda, plebeu imundo! – Um burguês
pragueja enquanto sua comitiva se dirige para um barco mercante.
-Opa! Foi mal ae, tio! – Smash cambaleia após o encontrão
com o sujeito, fingindo estar bêbado.
Assim que a comitiva se mistura a multidão, o jovem
meio-elfo sentou-se em um barril e abriu a bolsa de moedas recém furtada.
-Legal, trinta ouros! – Preciso sair daqui rapidão porque
essa quantia o bacana vai sentir falta...
De repente, uma figura agarrou Smash pelo colarinho e o
levantou. Era um humano enorme, musculoso e com cara de poucos amigos.
-LADRÃOZINHO! O MESTRE TEM GENTE A PAISANA, PANACA! – As
pernas de Smash nem tocavam o chão. A sacola de moedas caiu no chão.
-Lascou-se! Tiozão, é a necessidade sabe.... alivia ai... –
Smash sorri. A dúvida no rosto do homem era a brecha para um ataque furtivo.
-PAREM OS DOIS! – Gritou uma voz potente atrás do homem. Uma
voz feroz.
Renk se aproxima, segurando o cabo da espada.
-Meu amigo pede desculpas pela indelicadeza – Renk pegou a
sacola no chão – Pegue-a e deixe-o ir.
Renk estendeu a mão com a sacola.
Muito bem! Também não quero encrenc.... – Quando o homem largou Smash e foi em direção a
sacola, hesitou.
O olhar do meio-elfo era apavorante.
Apesar das palavras conciliadoras, seu olhar era a de um
predador prestes a dar um bote. O homem agarrou a sacola o mais rápido que pode
e saiu em disparada.
-Quando falei para buscar suprimentos, falei para você
assaltar alguém?!? – Renk se volta para o colega sentado no chão.
-Então... com aqueles suprimentos, poderíamos comprar mais
suprimentos.... hehehe – Smash se levanta chacoalhando a poeira das calças.
- Vamos logo caramba! Temos um certo príncipe para resgatar! – Renk agarra o colega e saem em
direção ao Avante.
***
Luna observa fascinada para a movimentação no porto. Ao seu
lado, Karin também observava silenciosa.
-Sabe Karin, apesar de morar em Calaran minha vida toda,
nunca me aventurei realmente. Acho que chegou a hora, não é?
-Luna-san, cada um de nós tem uma jornada. Agora que nossos
caminhos se cruzaram nessa missão, eu a protegerei. – Karin toca no cabo de sua
katana, Sakura.
-E que estou empolgada para começarmos! – Luna rodopia,
como se dançasse .
- Essa empolgação levou várias pessoas valentes para um túmulo
submarino. Fiquem atentas!-Capitão Harub se aproxima junto com Renk e Smash. Os
suprimentos estavam carregados.
-Posso não ser o mais experiente guerreiro, caro capitão.
Mas seremos abençoados com vitórias épicas ou mortes gloriosas. O deus da
batalha nos observa. – Renk observa.
- Deuses não influenciam no destino das pessoas dentro do
Quadrilátero da névoa meu jovem. Ali é um território para os mortais. – O tom
de voz de Harub fica sombrio.
-Relaxa chefia! Essa dupla aquí dá conta de qualquer tranco
que vier! – Smash dá tapinhas no ombro de Renk. – O que me interessa saber é se
teremos uma recompensa bacana lá nesse tal Triangulo, Retangulo....
Quadrilátero!
-Vocês encontrarão peleja e tesouros no Quadrilátero, quase sempre os dois juntos. – Capitão Harub
sorri. – É bom ver jovens tão animados, afinal.
Capitão Harub olha para o tombadilho e grita:
TODOS A BORDO! VAMOS PARTIR!!!
***
Sol começa a se por no horizonte. Da murada do convés, os
herois contemplam o furor no porto. Marinheiros se despedem de amigos, esposas
e amantes. Jovens são "laçados" nos últimos momentos por promessas de
grandes aventuras, para acabar descascando batatas nos decks inferiores.
Prisioneiros são liberados de suas algemas no momento que embarcam, para servirem
de mão de obra barata. São dezenas e dezenas de embarcações, centenas e
centenas de destinos.
Os heróis sabiam qual era a sensação de se começar uma
aventura, mas nunca viram tantas aventuras começarem ao mesmo tempo.
-Impressionante. – Renk admite – Quantos desses barcos
costumam retornar, capitão?
-Seis de cada dez, na maioria das vezes. O importante é ter
uma boa largada agora? – Harub olha para as velas ainda recolhidas.
-Largada? Não saquei. – Smash observa o porto. Nenhum barco
parte. – O que eles estão esperando?
-O vento! – Luna apontou o indicador para o outro extremo da
baia – Veem aqueles dois faróis nos rochedos lá na frente? Quem cruzar por eles
primeiro terá o direito de ditar o ritmo da navegação dos demais e escolher as
melhores rotas! Nunca tinha participado por esse ângulo. Só ví as partidas de
terra.
-A qualquer momento... – Capitão Harub segurou o timão da
embarcação. Era o momento.
Súbito, um vento potente cruzou no sentido Leste-Oeste.
Varias embarcações inflam as velas e partem, a toda velocidade. Sair de Calaran
rápido era garantia de evitar acidentes, concorrentes ou perseguidores.
O Avante permanecia no porto, com ancora levantada e velas
recolhidas.
Os heróis viam a situação com suspeitas. O Capitão nem se
movia a frente do timão. Os marujos também aguardavam, imóveis.
Era como se esperassem algo.
De repente, o barco
começa a se mover. Era o recuo da maré! Quando os heróis tentam indagar algo, a
voz trovejante de Harub brada:
-AGORA! VELA À TODA!
As velas abriram e estufaram. O potente empuxo da maré,
somado a força das velas do Galeão,
impulsionaram de forma impressionante. O barco singrava como se recém
saído do estaleiro.
-VAMOS AVANTE! NINGUÉM VENCE NOSSA SAÍDA! HOJE ENSINAMOS
ESSES MOLEQUES RATOS DE PORTO O QUE É UMA DESPEDIDA! -Os marujos gritam em
uníssono urras e continuam a carga.
O Avante se aproximou dos outros barcos em um instante. A
correnteza e as marolas seriam um obstáculo. Mas o Capitão Harub manobrava o
Galeão com maestria. Ele se aproximava da traseira de um barco, aproveitando a
proteção deste contra a turbulência e "saltava" para outro, mais a frente. Até chegar na vanguarda.
Ali, outro
Galeão, maior e melhor equipado avançava
velozmente. Os canhões apontados para fora de modo ameaçador mantinham qualquer
capitão inexperiente a distância.
- Ali esta o Galeão de Edgard, o Toninha! – A expressão severa de Harub se
transforma em ódio puro.
- O cara tá armado até os dentes capitão! Chegar perto dele
não é vacilo não?? – Smash grita, pois o vento era forte e a velocidade era
impressionante.
-Se passarmos ele ANTES do farol, ele não poderá fazer nada!
É a Lei de Calaran! Todos atrás de nós o atacariam! Aquí é uma batalha de
habilidades! – Harub girou o timão.
O Avante respondeu prontamente. O barco ficou bem atrás do
galeão e se aproximou velozmente, aproveitando o “vácuo” criado pela embarcação
de Edgard.
Os barcos se aproximam. A ponta do Avante se aproxima mais e
mais da trazeira do Toninha.
-V-Vamos bater! Segurem-se!!! – Renk ordenou. Os heróis se
agarraram nas cordas.
-Segurem-se por outros motivos, mestre meio-elfo! – Harub girou
o timão novamente, agora com muito mais vigor.
O barco saltou a marola criada pelo Toninha. Passou a centímetros
do casco do adversário.
-ATÉ O MAR DA NÉVOA
SEU CEGO DESGRACADO! HA HA HÁ!
Os marujos do Toninha observavam, num misto de espanto e
raiva. Sabiam que uma luta alí seria suicídio. Também não vieram ordens do
capitão para tal. Não era possível ver Edgard no timão, pois a murada do
Toninha era muito alta.
Já no Avante foi uma verdadeira comemoração. Os marujos urravam
de alegria.
O Avante cruza a saída do Porto de Verão na frente. A partir
daquele momento, o mar seria todo dele.
***
Após passar algumas instruções para seus subordinados,
Capitão Harub se aproxima dos heróis:
-Somos os primeiros a sair do porto, então escolhemos o
caminho direto para o Quadrilátero.
Podemos até ser perseguidos por Edgard, mas
ele não poderá tentar nada nos próximos dias,
já que tem tantos barcos nas proximidades. Navegaremos a toda vela e
entraremos no mar da Nevoa em alguns dias. Aí meus jovens amigos...testaremos
sua sorte e a minha.
O Sol finalmente se pôs. O céu estrelado em alto mar
impressionava.
O Avante segue firme
rumo ao Oeste. Os marujos estão animados e recusam os pedidos dos heróis em
ficar no primeiro dia de vigilância. Os heróis se recolhem ao alojamento, onde descansam de um dia cheio de encontros e
surpresas.
Capitão Harub olhava para o convés do Avante. Sua mão tocava
carinhosamente a murada do barco.
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