quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Campanha de RPG: Expedição a Ilha Kroa. CAPÍTULO 13: A Fortaleza Flutuante!

PROLOGO: Conversa de Estalagem
CAPÍTULO 1: Heróis Improváveis.
CAPÍTULO 2: Capitão Harub!
CAPÍTULO 3: A partida do Porto!
CAPÍTULO 4: Luta ou dança?
CAPÍTULO 5: O ataque dos Kobolds!
CAPÍTULO 6: A entrada para o Quadrilátero da Névoa!
CAPÍTULO 7: Duelo em alto-mar! Harub vs Edgard!
CAPÍTULO 8: Espólios
CAPÍTULO 9: O segredo do Capitão Harub
CAPÍTULO 10: Explorações e descobertas
CAPÍTULO 11: Combate na vila élfica!
CAPÍTULO 12: Novos companheiros, novas jornadas.


CAPÍTULO 13: A Fortaleza Flutuante

A montanha se mostrou um obstáculo razoável, mas não pela sua parte Sul. Smash escalou as pedras com precisão e cuidado. Quando encontrou o ponto que Karim indicou, percebeu a dimensão dos problemas.

O castelo flutuante estava a no fundo do vale, a sua frente.

-É grande. Deve caber mais de cem criaturas tranquilo... e o pior e que está flutuando bem alto, mais de vinte metros. Eles devem ter montarias aladas ou cordas para entrar. Vamos mais perto.
Ele desceu a encosta. Se estivesse sem a capa e as botas élficas, seria uma presa fácil. O equipamento realmente parecia encantado. Pequenos lagartos e aves só percebiam o meio-elfo quando este estava prestes a toca-los!

-Vou agradecer a princesinha elfa depois, da-lhe artesanato élfico! – Pensou o furtivo guerreiro.
Smash chegou a quase dois kilomentros da estrutura. Agora via com detalhes a movimentação abaixo. Ele sacou uma luneta que “emprestou” do Capitão Harub:

-Nossa! Estão desmatando tudo abaixo do castelo. Devem precisar de combustível ou reparos. Ah, tem uns andaimes na muralha, devem estar reparando. A estrutura parece antiga... o que?

O meio-elfo vê vários humanoides trabalhando. A  anões presos por uma única corrente. Estão cortando e arrancando galhos de arvores. Mais abaixo da muralha, outra dezena deles aplainam a madeira e fazem tabuas. Orcs se espalham pelo local, dezenas e dezenas indivíduos.

É quando ele os vê.

Saindo de uma cabana, surgem quatro elfos negros. Seus cabelos brancos e pele roxa eram inconfundíveis. Eles pareciam incomodados com a luz solar e colocam capuzes. Vistoriam o trabalho dos escravos.

-N-Não pode ser! – Smash esfrega os olhos quando percebe quem também sai da cabana.
Orunas, o tenente Ogro!

Estava completamente vivo! Não tinha sinais de combate, mas seguia os elfos de modo submisso. Provavelmente era subordinado das maléficas criaturas.

O Ogro saca uma corneta e a toca ao comando dos elfos. Varios orcs se reúnem enfileirados a frente dos vilões. Começam a mostrar armas e posições de batalha para seus mestres.

-Inspeção de tropa! Estão se preparando para partir! Devem ir a caça do nosso acampamento!
A fileira começou a se mover. Correiam para o norte.

-Eles devem tentar dar a volta nas montanhas pelo norte, até a vila élfica queimada, e nos rastrear de lá. – Smash relembra o tempo que passou na área de combate antes de se reunir aos colegas, apagando os rastros da retirada do grupo – Conseguimos fazer vários distratores, mas tudo isso me incomoda...

De repente, uma muralha do castelo explodiu.

-Por Nimb! – Smash exclama assombrado quando ve a parede de pedra despedaçando.

 Todo o castelo se inclinou. Pedras caiam, escravos despencavam caucinados. Uma voz de trovão irrompeu por todo o vale e montanhas próximas.

-ZANZER! SAIA DESSA CONCHA VELHA E ME ENFRENTE!!

O som quase derrubou Smash desfiladeiro abaixo. Uma sensação gélida percorreu sua espinha e ativou seus instintos mais primitivos de fuga. Era como se um predador o espreitasse.

-E-Essa sensação...é....um Dragão! – Smash se escondeu melhor. Sabia o que vinha a seguir.

A fera cruzou o ceu. Suas escamas verdes brilhavam cintilantes. Era imenso, quase trinta metros. Um dragão grande ancião, o maior representante de sua espécie. Mal era possível olhar para ele. Smash tremia como um rato cercado por serpentes. A aura de pânico do monstro era tão potente que vários escravos e orcs morreram com o susto.

Uma voz saiu do castelo. Era sóbria e convicta:

-POIS MUITO BEM FERA! POUPOU-ME O TRABALHO DE CAÇA-LO EM SEU COVIL! JÁ SEI COMO FUNCIONA SEU TRUQUE, ENTÃO LHE DAREI UM POUCO DO PODER QUE A FORTALEZA TEM A OFERECER!

Do topo da torre surgiu uma luz azulada. Ela se concentrou e o ar se encheu a sua volta se encheu de raios.

Um feixe de energia negra cruza o céu e acertou o dragão em cheio. O impacto desloca o ar criando um estrondoso trovão. A onda de choque arremessou o dragão longe, do outro lado da cordilheira, a dezenas quilômetros. Os orcs, elfos negros e o Ogro vibravam de alegria pela vitória.

Smash estava atordoado. Nunca vira uma demonstração de poder arcano tão apavorante.

-Calma, calma... – Smash dava tapinhas no rosto, para recobrar a atenção – Sempre tem um ponto fraco... Esse tipo de cara SEMPRE tem um ponto fraco. É o que papai diria.

Súbito, a fortaleza começou a descer, inclinada. Smash percebeu que o lado inclinado era onde estavam os andaimes de reparos.

-Aquele ponto não flutua legal? O tiro pode ter esgotado a capacidade de flutuação. – Concluiu o meio-elfo.

Vários escravos são destacados para subir em cordas em direção ao castelo. Um ciclo de reparos e torturas recomeça.

-Alí deve ser a entrada mais viável. Poderia ir por ali direto para o pátio interno...-Smash interrompeu o pensamento e olhou para a montanha. Renk a essa altura já devia ter encontrado o covil do Dragão! E o balsamo? E a troca de vidas?

-Lascou-se! Ou o Renk encontra o covil vazio e não dá em nada ou acha um dragão ferido e mal-humorado! – O meio-elfo se levantou e correu. Era preciso chegar nos companheiros antes dos regimentos orcs ou do dragão.

-Para descer até Nimb ajuda! – Smash saltou mais um trecho da montanha. Era risco de queda, mas pelo menos dali não seria mais avistado pelos comparsas de Zanzer.

-O ataque do Dragão atrasou toda a operação do sujeito, agora era preciso reunir o pessoal e partir, ou para o ataque, ou para a defesa da nossa base – Smash ponderava enquanto pulava de pedra em pedra, descendo a encosta ingrime. A floresta densa se aproximava cada vez mais.

Mais um salto, quase dez metros. Ao cair, Smash segurou nos galhos da copa de uma arvore logo abaixo. Apesar da velocidade, parecia que as plantas reagiam ao toque do meio-elfo com silencio.
-Essas roupas élficas são MESMO magicas! Assim ninguém vai me detectar tão cedo...
De repente, como que por encanto, um pedaço da armadura de couro rasgou. Um corte profundo se formou e o sangue começou a correr.

Por instinto, Smash mudou de direção e saltou novamente. Sentiu sobre a cabeça um movimento rápido e preciso. Um pedaço da touca da capa rasgou com a flecha endereçada a sua cabeça.
- Oh... veja isso, irmã. Ele esquivou! – Uma figura feminina apareceu de tras de uma arvore, segurando dois sabres.

- Quem diria... olhe! Não é um elfo puro! É um mestiço! Essa ilha é cheia de surpresas. – uma outra desceu de um galho a poucos metros de Smash.

-Sou Krisna. Aquela é minha irmã Kali. E você é um meio-elfo morto. Não vai mais bisbilhotar a fortaleza do mestre Zanzer!

As duas elfas negras, usando armaduras de couro negras se aproximavam confiantes. Seus olhos brancos, sem pupilas, contrastavam com sua pele arroxeada. Seus cabelos brancos estavam amarrados em rabos-de-cavalo.

-Pensou que não perceberíamos? Não notaríamos sua presença?

Smash vasculhou rapidamente onde falhou. Se escondera tão bem... conseguia visualizar toda a fortaleza com a luneta...

-Droga, o brilho do vidro da luneta! Que vacilo....

Smash colocou a mão no ferimento e fez uma expressão de dor. O corte não era profundo, mas parecia. Poderia surpreende-las, fingindo que estava ferido demais e tentar fugir. Ou combate-las e tirar mais preciosas informações.

-Aff... que enrascada me meti... – Conclui para si mesmo.

***

Os heróis avançavam pela floresta. Com Caliel à frente, o caminho tornou-se mais fácil, um bom trecho foi vencido sem problemas.

-A partir daqui é território do dragão. Minha comunidade não se aventurava por aqui. – Apontou a elfa da floresta.

-Então é hora de desbravarmos! – Capitão Harub tomou a dianteira.

-Quanta empolgação Harub! O que deu em você? O ar da floresta fez brotar um aventureiro ai? – Renk o ajudou a cortar a mata para passarem.

-Não, mestre meio-elfo. Somente estou ansioso em encontrar o local do descanso final de minha mãe. Foi no covil da criatura que ela pereceu para me salvar. Fui trazido a praia pelo próprio dragão! Mas agora posso dar um funeral descente a ela!

O canita avançou mais vigorosamente. Naquele momento, Renk admirou a longa vida de lutas e perseverança daquele homem.

-Já vejo a base da montanha! – Karim acenou do topo de uma arvore.

-Estranho. A força vital do dragão já seria perceptível daqui! – Luna fechou os olhos e se concentrou para aumentar a amplitude de sua percepção. – Talvez a força vital da floresta esteja interferindo. Se for, é uma excelente camuflagem.

-Se ele nos ameaçar, sentirei de imediato. Veja, a mata está menos espessa. – Renk avançou até uma clareira. Harub logo atrás.

-Chegamos. É aqui com toda a certeza! – Harub observava a frente com olhar determinado. A entrada da caverna era imensa. Uma bocarra na montanha. Samambaias cresciam ao redor, não havia sinal de ameaça.

-Vamos entrar! Preparem-se! – Renk tirou os equipamentos da mochila com uma estranha alegria.
Lugares como aqueles eram um convite para qualquer aventureiro.

– Hora de se arrastar em cavernas!

sábado, 2 de setembro de 2017

CONTOS!

Resultado de imagem para jedi vs sith
Saudações Rpgisticas!

A um tempo atrás, eu e a Professora Renata jogamos uma partida amistosa de Star Wars RPG, para que ela conhecesse o sistema de regras. Decidimos que seria um duelo entre um Cavaleiro Jedi e uma Darth Sith!

A partida foi tão interessante que gerou esse conto. Espero que gostem. Você pode le-lo aqui na postagem ou acessa-lo pelo link do Wattpad, também abaixo. Boa leitura =D

Link do Wattpad: CLIQUE AQUI

Duelo

As estrelas param de passar a velocidade da luz e se alinham novamente. Darth Guima chega a seu destino. Ela observa o planeta Eadu, um planeta usado pela antiga Republica como base de operações próxima à fronteira com a borda exterior. Hoje, ele é propriedade do Império. Hoje, ele é um dos locais usados para os experimentos com as novas armas do Império.

E também um inesperado campo de caça para a Sith Darth Guima.

Desde que a Inquisição Jedi teve início com a morte de toda a Academia Jedi na Capital e a ascenção do Imperador Palpatine, Darth Guima tem caçado impiedosamente os dissidentes Jedi. Vários caíram sob os golpes precisos de seus sabres. Mas um tem sido especialmente difícil de agarrar.

O comunicador de sua nave ativa. A silhueta azulada de um stormtrooper aparece no painel de controle.

-Lady Guima, detectamos sua presença na orbita de Eadu. Precisa reabastecer ou...

-Quem diria... bem embaixo de nossos narizes... – A guerreira interrompe o subalterno, ao sentir a suave perturbação na Força emanando do planeta – O rato traiçoeiro veio direto para um planeta sob nosso controle, na esperança de que não o encontrássemos. Avise Lorde Palpatine que em breve trarei a cabeça de Haguen Robva e a localização de Obi-Wan Kenobi!

***

Em um rochedo, sentado tranquilamente, Haguen Robva observa as estrelas. Apesar do frio, suas roupas praticas e seu manto eram sua única proteção. Desde os tempos da Academia Jedi ouvia de seus colegas que sua resistência ao frio era admirável.

-Ei, R4! Saia dessa caverna e venha ver o céu!

O Droid cilíndrico, com rodas emborrachadas, sai apitando da pequena caverna que serve de refúgio e moradia para a dupla. Ele traz uma lata com um liquido espesso e fumegante presa em sua garra mecânica.

-Frio? Você deve estar com os sensores térmicos com defeito! Quando fizer 5 graus, falaremos sobre frio! – O Jedi pega a lata e pisca para o droid – Valeu amigão.

Subitamente Haguen sente algo. Era como se alguém o observasse. Um predador.

Olhando de cima.

Das estrelas.

-Epa... – O Jedi começa a beber sua sopa – Parece que teremos visitas, R4.

 ***

Darth Guima anda pelas ruas da cidade mineradora de Turnath com uma expressão sombria. Aquela aglomeração, o cheiro de produtos químicos misturado com o suor dos trabalhadores das mais variadas raças da galáxia, trazidos ali por sua tola ganancia e presos pela força da escravidão. Tudo ali a desagradava. Para a Sith, o ambiente fedia a covardia. O medo do chicote e da morte emanava dos servos do Império. Lembrou de sua infância, quando fora vendida como escrava para trabalhar em uma cidade praticamente idêntica a essa.

O medo de morrer permeou aquela existência. Foram anos de trabalhos forçados para apenas, no fim de um dia de trabalho, receber uma porção minúscula de comida. Esta era roubada pelos outros escravos mais fortes. Toda noite, dormia com fome.

Até que a fome superou o medo.

Então a fome se transformou em ódio.

E o ódio a transformou.

Quando tentaram roubar sua comida, seus olhos brilharam. Suas mãos brilharam. Relâmpagos de ódio e frustração calcinaram seus inimigos.

Em poucos dias, a Ordem dos Sith a encontrou. Eles ajudaram Darth Guima a canalizar seu ódio para a falsidade do Lado Luminoso. Ela era agora uma ferramenta do Império. Uma Inquisidora dos Jedi.
Ao sair pelos portões da cidade, a Sith vislumbra um deserto rochoso. Durante centenas de anos, a região fora usada para exploração mineral, portanto a área era um labirinto de tuneis, vales e desfiladeiros.

Darth Guima fecha seus olhos. Ainda era possível sentir as emanações da Força vindas de um desfiladeiro, a alguns quilômetros dali.

-Você não quer mais se esconder, não é? – a guerreira fecha os punhos cheia de raiva - Que a caçada comece!

***

Sob o topo de um desfiladeiro, Haguen observa o horizonte, pensativo. A Força emanada pela Sith podia ser sentida facilmente. O droid do Jedi se aproxima e solta um chiado.

-Você está muito negativo, R4. Vai tudo acabar bem. – O Jedi coloca a mão sobre a cabeça do amigo.
O robô chacoalha e apita. Enquanto acaricia seu companheiro mecânico, Haguen sente uma perturbação na Força.

O desejo assassino de Darth Guima o alcança.

-É realmente um Sith. Farei o possível para ficar inteiro. Enquanto a você, vá para a caverna. – Haguen vê uma silhueta se movendo a uma centena de metros de distância – A coisa vai esquentar por aqui.

A presença de Darth Guima é assustadora. O manto negro parecia extinguir a luz a seu redor. Em suas mãos, os cabos de seus sabres de Luz. Os olhos amarelados fixos em seu alvo.

Haguen salta agilmente e desce até a entrada do desfiladeiro. Recepcionaria a visitante no mesmo nível. Sacou o sabre de luz e disse:

-Bom dia! Posso ajuda-la em algo?

A piada fez Darth Guima tremer de raiva. Estava prestes a descarregar seu ódio sobre aquela figura patética.

-Você poderia parar de fugir. E, se entregar a localização de Obi-Wan Kenobi, prometo que te mato rápido.

-Mestre Obi-Wan está ocupado no momento, gostaria de deixar um recadinho?

-O SEU CORPO MORTO VAI SER O RECADO! – a Sith liga os dois sabres, que brilham em vermelho e avança sobre o Jedi.

Haguen mal teve tempo de ligar o seu próprio sabre e aparar o ataque furioso da Sith. O brilho verde de sua arma se chocou com a sequencia mortal de ataques, empurrando o Jedi para traz.

-Rápida você! Vejamos como lida com isso! – Haguen apara outro golpe e recua para dentro do desfiladeiro.

-NÃO VAI MAIS FUGIR! – A Sith joga um dos sabres ligado na direção do Jedi, que instintivamente repele o ataque com sua arma.

Porém, percebe que seus pés não tocam mais o chão.

-Ai... droga.

A Sith jogou o sabre como distração, para que seus poderes telecinéticos não fossem bloqueados. Agora tinha o Jedi flutuando indefeso.

Ela o joga com toda a força contra uma das paredes do penhasco. Pedaços de rocha se descolam com o impacto. Darth Guima aponta para a sua arma caída, que retorna as suas mãos.

-Poxa vida moça... você não dá tempo para a gente resp... – Antes do Jedi terminar a bravata, Darth Guima já estava sobre ele, golpeando com os dois sabres de luz.

Em um movimento de sobrenatural velocidade, Haguen se esquiva e fica de pé a alguns metros de distancia. O Jedi começa a murmurar algo. Darth Guima comenta com desdém.

-Esse truque da velocidade Jedi tem um preço. Você não vai conseguir mantê-lo por muito tempo. Já usou duas vezes. Já eu... – Ela deixa o sabre esquerdo cair e ergue a mão em direção ao Jedi – Tenho poder ilimitado!

Porém, ao direcionar sua Força em direção do inimigo, Darth Guima não vê mais o Jedi. Ele simplesmente desapareceu bem na sua frente.

-MALDITO! VAI FUGIR DE NOVO, NÃO É?? – O ódio de Guima transbordada. Seus gritos reverberam nas paredes do desfiladeiro.

-Não minha cara, chega de fugir. – O som da voz de Haguen ecoava nos corredores rochosos, impedindo Darth Guima de localiza-lo – Hoje terminamos isso. Escolhi a dedo esta arena. Não era você que me perseguia. Era eu que a guiava para MINHA ARMADILHA!

Saindo das sombras, Haguen golpeia as costas da Sith. O rasgo cauteriza na hora com o calor.

A Sith se vira e golpeia em uma velocidade absurda. Haguen tem o peito rasgado pelo golpe. Se não tivesse dado um passo para traz instintivamente, teria sido cortado no meio. Os olhos da Sith agora são de um vermelho vivo. Não há resquício de qualquer piedade em seu olhar. O instinto assassino se apoderou de Darth Guima.

O Jedi recua mais alguns passos e assume uma postura defensiva. Aquela era a famosa aura de medo dos Siths. Se tentasse usar a Força contra ela naquele momento, perderia a vida em um movimento.
Os dois sentem a gravidade dos ferimentos e cambaleiam. O próximo golpe pode ser o último.
Darth Guima larga os dois sabres e aponta os braços em direção ao Jedi.

-MORRA!!!! – De suas mãos saem relâmpagos azulados que acertam em cheio Haguen. A energia o trespassa e o Jedi grita de dor. Os raios iluminam as paredes do desfiladeiro.

Haguen sente mais que dor. Aqueles raios eram carregados de ódio. Cheios de uma dor que não era apenas dele. Eram uma força sombria gerada a partir do medo. Era como se, lá no fundo, quem estivesse com medo fosse a própria Darth Guima.

O Jedi se levanta e corre, agora na direção da Sith. Os raios rasgam sua túnica, mas ele continua avançando. Os raios queimam sua pele, mas ele continua avançando. Os raios quebram seu sabre de luz, mas ele continua avançando.

-PORQUE VOCÊ NÃO MORRE??? – Darth Guima ergue os braços para concentrar mais seu poder e reduzir o Jedi a cinzas.

Nesse momento, Haguen avança com o último resquício da Força que guardara.

O Jedi acerta um soco no rosto da Sith, com toda a sua força. O impacto foi tamanho que Darth Guima é levantada do chão, para cair de bruços na areia ainda quente do deserto.

-Os... Jedi são os protetores... da vida na Galáxia!! – Haguen diz enquanto se aproxima da oponente enquanto ela desmaiava. – Hoje consegui proteger duas vidas. A minha e a sua.

***

Darth Guima se levanta assustada. Estava dentro de uma gruta estruturada para mineração. As imagens de sua infância retornam com toda a força e ela coloca a mão na cintura, mas não encontra seus sabres de luz.

-Se está procurando seus sabres, usei as peças deles para consertar o meu. – Haguen Robva comenta enquanto atiça o fogo de uma fogueira no centro da gruta. Nela, um caldeirão de sopa ferve.

-Por que você não me matou? Sou uma Sith, sua inimiga jurada. Não há sentido em me deixar viver. 
– Darth Guima se senta no chão. Estava cansada, enormemente cansada. Ter usado tanto da Força exauriu seu corpo.

-Guardiões da vida na Galáxia, lembra? Além do mais, você não é mais uma Sith.

-Como assim? Lord Palpatine me sagou Sith e uma Darth! Sou uma Inquisidora!

-Bem, você falhou em me derrotar. E olha que não sou lá grandes coisas como guerreiro – Haguen dá um sorriso sincero – Apesar de ter me dado um belo estrago. Duvido que o seu querido imperador vai aceita-la de volta. Ele é muito bom em detectar mentiras. Afinal, ele é o maior mentiroso dessa Galáxia.

Guima sente seu coração apertar. Haguen tinha razão. O imperador saberia daquele fracasso e a mataria sem hesitar. Estava acabada. Sua vida como Inquisidora estava acabada. Sem esperanças, a guerreira abraça as próprias pernas e chora.

-Mas, sempre há uma nova esperança. – Haguen pega um pouco da sopa com uma concha e coloca em uma lata. – Não é verdade, R4?

O robô passa pelo Jedi e pega a lata, prontamente levando o alimento até Guima.

Era a primeira vez que alguém dava comida para Guima. A primeira vez que ela não precisava tomar para ter. O primeiro ato de piedade.

Um sorriso franco, o primeiro, surge em seu rosto.

Ela aceita a sopa.